Mágoas imensas possuem um corpo. Incêndio... Deveras flamejante. Que
congela. Pensamentos ou oxigénio são incapazes de competir com nutrientes.
Veias rebentam, sangue ganha força e é-lhe dado voz.
Há uma felicidade por trás de cada morte ou explosão.
Sorriso mórbido invisível em cada ser. Ligeiramente inclinado para a esquerda
ou para o oposto.
Mr. D. cumprimenta e apalpa cada cordeiro. O melhor será
abatido. Ou esmagado com o maior sofrimento impossível, onde será essa a falta
da sua respiração. Cada espernear encarcerará a vítima. Até prender e não der
mais. Mas talvez ela goste.
Como que uma agressão concebível por ambos.
Mademoiselle S., docemente vingativa, lhe ofereceu um lugar
a seu lado, garantindo que seria como ela, feliz a seu jeito e semelhança.
Pobre coitado não a conhecia, mas aceitou. Sucumbida de beleza enganadora, tal
criatura o enganou.
D., Mr., não sabia para onde ir, mas tinha fome. Pegou numa
faca afiada e cortou um pedaço de manteiga, para barrar num pão, enorme. Pensou
ele.
Tinha acabado de degolar S., Mademoiselle, e espalhado a
tinta interna pelo seu corpo. Gostou.
Sentira-se tão só, nem espelho algum lhe daria presença
segunda. Ideias desvanecidas que precisava de encontrar e aumentar. Era disso
que tinha fome, não de carne ou entranhas monstruosas. Não era fácil, vivia
numa realidade longínqua ao irreal.
Duas horas após a sua refeição e estava de novo feliz, de um
modo que nem ele sabia ser possível manter. Fora abençoado com a vida do último
registo que saboreou.
Gostou ainda mais. Descobrira o que fazer. Barrar todas as
criaturas em amido e triturar. Degustar incessantemente.
No fim, será o seu. Espera sentir o último poder de inspiração, guarnecido
de uma matiz vermelha. Não saberá. Mas quando chegar a sua vez, isso sim, ele
saberá.