27 setembro, 2010

Casaco vermelho:

Dito assim, parece vulgar. Não é! Não mesmo! Eu bem sei o que estou escrevendo.
Primeiro, pode-se associar a uma coisa. Mas, e se não for?
NÃO!
Como será? O que terá?
Será assim, desta forma, de outra?
Estou a imaginar?
Não sei.

Segundo, por isso mesmo, esquecerei isso. Aliás, é um simples casaco. Para mim, é.
Talvez não seja assim tão simples, na verdade.
Que nos diria ele, se falasse? Diria-nos que é vermelho, e que é um casaco?
Isso já eu sei, foi-me dito. Talvez fosse útil para quem não soubesse o que é o vermelho, que confunda com verde, ou outra cor, de tantas que elas são.
Será que alguém sabe o que é um casaco? Para que serve? Ou, que então lhe chamaria outra coisa?
Então sim, nesse caso era óptimo e útil que ele falasse.
Mas não fala, então é tudo por nossa própria conta.
Quem dera que fosse tudo mais fácil, mas tudo, mesmo.
Poderia ser tudo da mesma cor, ou tudo vermelho. E esse tudo, poderia ser apenas um casaco.
Sim, tudo.

Mas, agora vamos ao terceiro.
E, sendo assim, o vermelho seria como? Afinal, chamaríamos vermelho a quê?
E, um casaco, seria como? De tantas cores, tanto vestuário, que cor e treja seriam os escolhidos?
Neste único e especial casaco vermelho, se, por sorte, e obra de quem costura, e fornece cor, este fosse um desses objectos de imitação, de tudo o resto, continuaria a ser assim, e teria o mesmo valor?
Nunca saberei, nem ninguém, provavelmente, mas eu também prefiro assim.

Porque, como ao quarto diria, porque comigo à terceira nem sempre é de vez, nestas coisas, este casaco é aquele casaco, e mais nenhum.
Já contaria muito, já fez muito, e por ser diferente, torna-se tão especial, tão diferente, tão único!
É diferente de todos os outros, nem que seja numa única parte, num botão cosido com mais uma linha, com mais um milímetro num dos lados, com menos uma coisa ali, aqui, acolá.
Foi o que o fez ir ali parar, ali, a determinada pessoa.
Foi escolhido por isso, ou talvez por outro motivo.
Mas foi escolhido, tinha de ser aquele, por algo.
É diferente, e isso mostrou-se ser bem mais importante e valioso.

Porque eu hei-de ter esse casaco, nem que traga um bónus com ele.
Hei-de ver esse vermelhão, e talvez uns tantos. Mas esse, esse não me escapa.

E é assim, que ficaria para o meu quinto, e até outros números depois.

(Eu também tenho um casaco vermelho, mas falaria coisas diferentes do teu. São casacos, são vermelhos, servem para o mesmo. Podemos fazer um troca, mas nunca viveriam o mesmo. Cada momento, cada altura, não é por ser. É, e são, por tem de ser. Temos os nossos momentos, mas isso já tem muitas cores, e serão sempre assim. De um jeito, de outro, mas tudo ao nosso gosto. Sejamos únicos, tal como o teu casaco vermelho, e o meu).

Mas, afinal, o que é um casaco? E, vermelho, que cor realmente é?
Podemos ter uma perspectiva semelhante, mas estaremos certos?
Às vezes as coisas que nos parecem ser as mais óbvias, na verdade não o são. É tudo um facto relativo.
E a relatividade, já o Einstein a conhecia.
Será que ela fez a mesma pergunta que eu?
É pouco provável, mas não impossível.

P.S. Por mim, o casaco, pelo que eu entendo que isso seja. até poderia ser verde, e eu até preferia, mas só por ser teu, já está perfeito assim. E, obrigado, muito mesmo, pela sugestão.

23 setembro, 2010

Pretty "Ugly Betty"

Sim, acabei hoje de ver Betty Feia, que de feia não tinha nada, para mim. É uma opinião relativa, a minha. Eu respeito outras, mas defendo a minha, claro.
Vi tudo, como uma mensagem para tudo e todos: lutar, seguir em frente, fazer o que está certo, é o caminho a seguir. É a chamada "luz", que se deve seguir, dizem eles, e elas.
É verdade, pode ser difícil. Muito, até. Mas tentar não custa. Pelo menos, devemos pensar que não.
Ao ver a señorita Ferrera nesta personagem, não sei, fez-me pensar e repensar. Representa uma enorme parte da sociedade actual.
Muita, até, talvez.

Ela lutou, na série, mas talvez o tenha feito na vida real. Pode ter sido a sua oportunidade de mostrar ao Mundo que ela está cá, está cá para ficar, para se mostrar, e mostrar quem realmente é, o que é, e o que pode ser.
Quem não gostaria de ser a Ugly Betty, ou, diria antes, Pretty Betty?
Sim, quem somos nós para julgarmos o exterior de alguém?
O que realmente importa, para quem não sabe, ou não quer saber, é o que valemos quanto pessoas, quanto seres humanos. É o que fazemos, o que dizemos e sentimos, é o que marcamos, que nos define enquanto seres vivos e racionais.
Ser por ser, não importa. Ser por ser, não é. Não é nada. Aliás, é ser nada.
Isso, não é sermos.
Porque antes de alguém rir de uma Betty Feia, devia pensar no quanto ela se pode tornar Bonita.

Seria bom, óptimo, que milagres acontecessem. Seria óptimo que todos os sonhos se realizassem. Seria óptimo que tudo fosse óptimo. Que não ficasse tudo por, por ser uma série. Ou então, que não fosse apenas uma temporada. Duas, no mínimo, já seria bem melhor.
Mas a vida não é assim. Não a devemos desperdiçar em procurar as Betty Feia's, para nos acharmos superiores, pois não o seriamos, de qualquer forma, nunca! Ao fazer isso, não!
E, sem esquecer, que elas poderão mostrar quem realmente manda, quem realmente faz o Mundo mudar, renovar e evoluir.

Porque eu não sou assim, e tenho pena de quem é.
Quer dizer, na verdade não tenho, porque nem me importo com quem as procura, encontra, e descarta. Isso não é ser um ser vivo, é ser um ser morto, carrasco, escravo de si mesmo, e do desprezo. Não são nada, ou são muito, mas muito nada.
 
Porque ela é Linda, e sempre a vou ter comigo.
Porque todas elas o são, e elas sabem.
Porque a principal se mostrou, e as outras o mesmo farão.
Porque, e porque, e é por isso que a aconselho.

Betty Feia, que provou ser Bonita.
Faz o mesmo, tu consegues.
Se pensas que já o és, provavelmente não o sejas.

Respeita tudo e todos.
E, principalmente, a ti mesmo.
Porque para além de respeito pelos outros, tem piedade de ti mesmo(a).

Hello GoodBye!

20 setembro, 2010

Afinal, "isto", é tudo uma questão de 'h' (e não só):

Faltava a marca que me fizeste. Mas isto, adorei!
19 de Setembro. Começou mal o dia. "Bolas, adormeci". Corri, e entrei no comboio. Foi por pouco, muito pouco. Consegui!
Não começou lá muito bem, antes de chegar o resto.
Cheguei, sentei, esperei. Foi rápido, foi o que achei. Se fosse muito, não me importaria. Afinal, por isso é que as boas razões são, são boas (e não só).
Chegaste a mim, olhei e voltei a olhar. Virei a minha cara, da primeira vez, para ti, como que por instinto. Não consigo explicar, não mesmo, mas há certas coisas que acontecer, apenas por acontecer, e é isso que as torna especiais. E, definitivamente, “isto” foi muito especial.
Eu disse, foi das únicas vezes em que fiquei logo como fiquei, daquele jeito. É óptimo, isso. Oh God, make me good, but not yet. (Ainda não, mas quanto mais cedo melhor, por vezes).
Tentei o meu melhor. Consegui, ao que me dizes. Acredito que sim. Tu também. Muito.
Tive direito a marca, não é para todos. Não quero que saia, mas as horas tirá-la-ão. Não!
Espera... Se esta sai, poderás fazer outra, igual, no mesmo sítio, da mesma forma, do mesmo jeito, e melhor! Sim!
O fim chegaria. O fim daquele dia, não o fim de tudo. Ainda estamos no início, mas ia já para o desenvolvimento. A conclusão, dispensá-la-ia.


Porque isto é o que quero, espero-te na próxima estação. Na minha, ou na tua. Podes escolher, e eu ajudo.
Arrisquei, fui, vim, e não me arrependi. Nem lá perto. Fiquei mesmo bem, era o que precisava. Por tudo. Só queria ter ficado lá mais, ou trazer-te comigo (ou que me levasses, que também era uma ideia a considerar).

E porque estamos sempre a aprender, eu aprendi que ontem era tudo uma questão de 'h'. Aqui, ali, e no meu braço.
Esgotei as minhas pernas, mas tudo pela melhor causa. Voltaria a fazê-lo, com uma única diferença: durante mais tempo.
Já estou esperando pelas próximas vezes. É das coisas que mais quero, actualmente. Estou pensando nisso agora, neste preciso momento. Mas também nos outros, desde ontem, àquela hora que tu sabes, em que chegaste à minha beira, e eu parei, já sentado, mas parei. Porque as coisas momentâneas são as melhores, e agora bem sei que são, ainda mais. É, talvez, das primeiras vezes, desde que me lembro. Até poderia ser a única, se for sempre, sempre, da mesma maneira: desde que seja com a mesma presença, carnal, espiritual, e simbólica (literalmente).

Começou, mas ficou logo óptimo. Continuou, passou logo a perfeito. Tu foste no 2º metro, eu de comboio. Nada mudou, apenas continuou. Vou-te esperar de novo, ou tu por mim. É como quiseres. (a).


E nunca me irei esquecer do que me disseste, e fizeste. Sabes, é que gostei mesmo, mesmo, mesmo. Teve o seu sentimento, o que fizeste, e o que disseste, opá, nem sei, mas tu viste o quanto amei. Nem preciso voltar a dizê-lo. São estas pequenas coisas, mas que representam algo enorme, que nos farão avançar, crescer e lutar.

P.S. Um dia destes, ou uma noite, vou-te raptar, amarrar-te, e não irás para longe, demograficamente. Porque perto, estás, aliás, estás bem mais que isso. E para lembrança, tenho logo a tua pessoa. Não há nada melhor.

A cola faz milagres.
Sempre, Leite. <3.


(Escreveria ainda mais, claro, pois falar do que falei agora, poderia ser durante imenso, mas imenso, tempo. Mas há certas coisas que devem ficar connosco, e ficar como segredo. Eu bem sei o que sei, entre outros verbos, conjugados em diferentes tempos, mas todos irão dar ao mesmo: Tu!

Já estou pronto, e esperando por ti).

Memórias III


Semana baixa, em alta

Foi no dia 29 de Agosto, lá fomos para baixo. Destino: até onde o comboio nos levasse e deixasse. Levou e deixou.
Teria tanto para falar, tudo tão detalhado, tantas coisas diferentes. Mas não o vou fazer. Não porque não consiga, mas sim porque não quero. É uma opção. E daí? É.
Nunca imaginei tal coisa. Por certas coisas, teria imaginado algo melhor, acho eu, ou então seria diferente. Sim, diferente, será mais apropriado.
Também teve as suas maravilhas, não das Sete, quase.

Imensas recordações de lá, são imensas: um morto; uma auto-caravana abandonada com um morto; uma casas degradadas perto de uma auto-caravana com um morto; um terreno assustador com umas casas degradadas perto de uma auto-caravana com um morto; uma praia fantástica, separada de nós por um terreno assustador com umas casas degradadas perto de uma auto-caravana com um morto. Uma pequena parte, talvez a última, não tenha sido comprovada. Mas lá que nós acreditamos nas nossa própria imaginação, acreditamos. Saímos de lá.
Era da batata, e não só. Era de tanta coisa.

Para além das invasões ao quarto, das tentativas de violação (segundo o resto do quarto), dos barulhos estranhos, e de todas as outras coisas que não irei relatar, voltaria a vivenciar tudo, da mesma forma, do mesmo jeito, na mesma altura. Porque tudo acontece por um motivo, e eu sei qual foi.

Voltaria lá, nem queria sair. Tive de vir, mas poderei voltar. O tempo dirá.
E passou a dia 5 de Setembro, em que lá fomos para cima.
 
Ciclo oval, foi.
 
Marina de Lagos.
 

09 setembro, 2010

Tentativa de morte:

Zero, nada, zero, nada, fim, morte.
Há algo dentro, não sai. Não compreendo.
Tento, quero, e volto a tentar, e volto a querer.
Continua na mesma. Não compreendo, de novo.
Preciso. Precisaria, aliás. Não. Não, não!

Morrerei.

Deveria ser sim. Deveria ser um, ou dois, ou até uma centena. Zero é que não.
Até o zero me falha, e fica a nada. Vazio.
Não há contas a fazer, não se soma nada, só alguns números, de se tiram de imediato.
Fica em zero. Foram uns únicos momentos a um, a dois, no máximo.
Volta de seguida a zero. Até fica menos, ainda pior.

Quase que morro.

Falta pouco para o fim, já me habituei (digo a mim mesmo, que tentativa de ilusão fracassada).
Iludo-me em meros momentos, segundos, que é como não é.
Não chega, falta mais. Falta-me um número. Não vem.
Inevitável, é, pois, que fique na mesma.
Como antes foi.
Isso nunca, pois será pior.

Morro, agora.

Foi o fim, supostamente, o fim. O fim, de quê? De nada?
Não há.
Não há fim, de nada, esse não.
Não há quantia, não há nada.
Isso, é o que deveria saber, que até sabia, mas estava iludido na ilusão de que não poderia ter outra ilusão.
Máscara sobre máscara, não cabia.
Era muito, não aguentava. Digo.
Fazer, talvez conseguisse.
Tentaria, se pudesse.
Se fosse a tempo. Mas já passou, foi.
Entretanto, neste estado de morte pura, em que não vejo, não sinto, não, não, e mais não.
Ainda verei, sentirei, sim, sim e sim.
Sim! (É o que quererei, e tentarei).

Morri, mas hei-de ressuscitar.


Satanás, amén!