09 setembro, 2010

Tentativa de morte:

Zero, nada, zero, nada, fim, morte.
Há algo dentro, não sai. Não compreendo.
Tento, quero, e volto a tentar, e volto a querer.
Continua na mesma. Não compreendo, de novo.
Preciso. Precisaria, aliás. Não. Não, não!

Morrerei.

Deveria ser sim. Deveria ser um, ou dois, ou até uma centena. Zero é que não.
Até o zero me falha, e fica a nada. Vazio.
Não há contas a fazer, não se soma nada, só alguns números, de se tiram de imediato.
Fica em zero. Foram uns únicos momentos a um, a dois, no máximo.
Volta de seguida a zero. Até fica menos, ainda pior.

Quase que morro.

Falta pouco para o fim, já me habituei (digo a mim mesmo, que tentativa de ilusão fracassada).
Iludo-me em meros momentos, segundos, que é como não é.
Não chega, falta mais. Falta-me um número. Não vem.
Inevitável, é, pois, que fique na mesma.
Como antes foi.
Isso nunca, pois será pior.

Morro, agora.

Foi o fim, supostamente, o fim. O fim, de quê? De nada?
Não há.
Não há fim, de nada, esse não.
Não há quantia, não há nada.
Isso, é o que deveria saber, que até sabia, mas estava iludido na ilusão de que não poderia ter outra ilusão.
Máscara sobre máscara, não cabia.
Era muito, não aguentava. Digo.
Fazer, talvez conseguisse.
Tentaria, se pudesse.
Se fosse a tempo. Mas já passou, foi.
Entretanto, neste estado de morte pura, em que não vejo, não sinto, não, não, e mais não.
Ainda verei, sentirei, sim, sim e sim.
Sim! (É o que quererei, e tentarei).

Morri, mas hei-de ressuscitar.


Satanás, amén!

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