Parei no tempo, pensei. Afinal, onde estou? O que é tudo isto? Isto que me envolve, que não me deixa respirar, mover os membros, que não me deixa ter Vida. Olá, prazer, este sou eu, o meu nome é o que te disse, e quero-me conhecer. Ajudas-me? Pois, nem tu sabes. Obrigado na mesma, adeus.
Por todos os locais onde me encontro, não sei. Com todas as pessoas que fale, não sei. Quando estou isolado, não sei. Talvez não queira saber, mas mesmo assim, não sei. Será que fomos destinados a isto? Será que pensamos que as coisas não deveriam ser quadradas, e serem triangulares mas, afinal, deveriam mesmo ser dessa segunda forma? Cada um que imagina estas supostas realidades, encontra-se enganado?
O meu coração bate, bate forte. Será que vai explodir? Será que quer sair do meu interior? Rebentar com todos os meus ossos, fugir e ser livre? Poder decidir por si próprio? Talvez ele tivesse sorte.
E aquelas pessoas que, supostamente, como única opção que têm é oferecem-se como de presentes se tratassem, afinal não pudessem ser algo diferente, ou então mais nada quisessem? Mas sim, há quem viva com desejo de morrer, com desejo de nunca ter nascido, é tão bom poder imaginar!
Quer passem na rua, em casa, ou no céu, porque é que te acusam, criticam ou julgam? Porquê? Porquê!? Por que é que tinha de ser o primeiro sujeito assim, e não o vizinho? Mas os sujeitos opostos, aqueles que o acusam, criticam ou julgam, não pensam se o primeiro sujeito está feliz, se está bem, se realmente ali está. Se é como quer, se é obrigado, ou se assim foi feito?
E quem conjuga tais verbos, em acções, devia conjugar outros: pensar, meditar e calar!
Quem vos garante que o tal sujeito, farto da sua vida, não planeia doar a sua vida ao oceano mais próximo, à linha férrea da sua cidade, ou então criar buracos nos seus ossos com objectos capazes disso? Um incentivo e tudo muda!
Nem tudo faz sentido, mas é preciso mudar!
Que dor que te assola, eu sei. Apetece-te acabar com isso, não consegues, mas queres. Pensas que talvez tudo mude, para melhor, mas esse acto ainda não chegou, pelo menos, para ti. Uma varinha mágica, uma fada madrinha, e tudo seria como nos contos de fadas. Pois, mas tal como essas histórias: nada disso é possível.
Chora, grita, desabafa. Não te envergonhes disso, tens de te libertar. Nada te poderá afectar, nem umas meras palavras, falta ou troca delas. Tens de ser capaz de erguer a tua face, limpar as lágrimas, dizer tudo o que te atormenta, sem medos! Porque tu tens vida, a Tua vida!
E no final, tu sabes que tudo vai ser melhor! Devias saber.
Tu és assim, não vás abaixo.
Olha, eu estou cá no fundo. Olho para cima, e sei que devia subir. Os meus braços não se movem, não consigo nadar até à superfície, mas vejo alguma luz. Por enquanto, penso que devo ficar por cá. Mas quem me dera estar noutro sítio, a voar, a saltar, a viver!
Porque nem tudo o que nos aparece é bom, nem todos os presentes são aqueles que desejamos, mas não nos deveríamos afectar.
Todos sentimos dor. Mas falta pouco, talvez esta seja uma vida passageira, trocada, assassinada. Mas vou fechar os olhos, acreditar que é possível que me incorpore noutro organismos, noutra dimensão, onde quer que seja. Para ti, até já.
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