14 agosto, 2011

Vírus da hidrofobia

Grrr. Que estranha sensação. Fui arranhado, abriu-se um túnel com diâmetro cada vez maior no meu corpo. Sinto pequenas dores, apetece-me coçar lá, mas isso faz-me sangrar mais. Mas eu gosto, e continuo! Não me importa que fique ensanguentado por todo o lado, ou que arranque toda a pele do meu corpo! Estou enjoado, preciso de deitar tudo para fora.
Grrr. Estou com um mau humor, nem te passa pela cabeça. Agora nem comer consigo, nem beber, nem nada! Tudo o que tendo deglutir me causa imensa dor, que tortura! Prefiro nem tentar, prefiro sentir dor por não comer, por não beber, porque se o fizer a dor será maior.
Grrr. Mas, o que estou a ver é real? Não, dizem-me que não. Estou a sonhar, mas acordado? Não, estou a alucinar. Estou a gritar, eu sei que estou, mas não consigo controlar! O meu corpo foi possuído por algo mais forte, não consigo lutar, já não. Acabem com tudo isto, peço por tudo! Se nada resultar, levem-me de rastos por um monte, atirem-me contra uma parede de seringas, façam-me engolir ácido, queimem-se as feridas!
Grrr. Agora estou paralisado, estou à mercê de quem cuidar de mim. Abusem de mim, ou tentem ajudar-me: provavelmente não terei salvação. Que raiva!

Grrr. Consegui não morrer já, mas se te apanho, quem morre és tu! Vou usar todas as minhas forças, acabar contigo. Vou voltar a estar contaminado, mas desta vez não quero saber! Afinal, se consegui ultrapassar uma vez, mais uma não será difícil.

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