Começou tudo diferente. Ao início do dia, não sei, que se passou? Não sei. Fui dormir, pensar.
Acordei. Já tinha a minha agenda diária definida. Todas as tarefas básicas: cumpridas. Era o momento de viajar, e lá fui. Que começasse a viagem, imaginária, ou não, mas seria viagem na mesma. O que conta é a viagem, e não a intenção.
("Senhores passageiros, tirem os cintos de segurança, chegamos. Para quem pretende sair aqui, cujo nome está na placa no exterior, tenham o prazer de se dirigirem à porta de saída, sem provocarem demasiada excitação nos indivíduos vizinho. Quem pretende prolongar-se neste veículo, continuem com os cintos de segurança apertados. Obrigado").
Eu saí. Mas nem por isso a minha viagem acabou. Aliás, ainda estava a meio do percurso, segundo o que para mim estava destinado.
Pensei no futuro, e lá fui ter com ele. Disse-lhe 'olá', respondeu-me. 'Posso ficar contigo?' - não obtive resposta, mandar-me-ia depois uma mensagem multimédia, afinal para mim não as iria pagar. Boa!
(Qual o motivo de me estar a sentir assim? Assim, bem! Seriam as gargalhadas proporcionada por uma Droga? Não sei, mas não a eliminaria do meu organismo. Afinal, esta faz bem à saúde, e eu que o diga, e mostre. Ou seria o choque térmico ao início da noite, já que acordei de madrugada, com tanto calor? Não sei. Mas será que a quase impossibilidade de partilhar as emoções daquela viagem, me provocariam um abalo emocional? Afinal, eu não poderia perder isso por nada, alguém me aguardaria).
("Vou ali, puxar o autoclismo").
Fomos falar, Pessoa Prometida, e quase que eu caía. Foi culpa tua? Não, não foi. A cadeira é que estava partida, não te rias de mim. Para isso, estou cá eu.
Olha, passaram-se umas horas, e ainda continuamos. Podemos tudo? Tu é que disseste, eu apenas ouvi. Mas não deveria, não era suposto, eu sei.
Uau, recebi um visto. Posso permanecer cá ilegalmente? Não, tenho nacionalidade portuguesa, bolas! Dou-lhe outro uso, um dia destes.
("Agora é a minha vez de rodar a chave da limusina, e pimba. Nem sempre esta é sinal de festa, ou encontro de pessoas com uma colecção invejável de limusinas. - 'qual levamos hoje?' - Desta foi uma despedida, boa e má. Adeus, voltamo-nos a encontrar daqui a uns dias, ou meses").
Foi o fim, mas o início de algo.
Estou novo, afinal. Mas, não totalmente. Não quero!
Estou diferente, na verdade apetece-me saltar, gritar, cantar! Apetece-me estar contigo, contigo e contigo. Pessoas diferentes, mas iguais. Preciso de mudar, preciso de aproveitar. Preciso de viver mais!
Decidi que preciso de voar para novos céus, saltar onde ainda não me sujei, cantar músicas que ainda não ouvi.
Mesmo que um novo ciclo acabasse de começar, não dispenso as gargalhadas proporcionadas, as conversas faladas e escritas, aquilo que eu sei que eu quero sempre.
A partir de agora, procurem-me em locais onde nunca estive, provavelmente estarei lá.
27 julho, 2011
24 julho, 2011
Esta Velha (Nova) Angústia
Não é velha, é nova. É irmã da velha.
Não a trouxe há séculos, mas há minutos.
De mim se derramou. Uma lágrima.
Sensações insensíveis. Visões ocultas.
Pensamentos impensáveis. Outra lágrima.
E mais um choro seco, completamente seco.
Entornou.
Continuar assim, não sei.
Não consigo continuar, dói.
Antes fosse tudo diferente, melhor.
Não: é estar assim,
Não sei,
Este estar,
Assim.
E poder-se-ia continuar na comparação de angústias. Mas não, não é possível. O meu psicológico está a sofrer. Uma faca, velozmente entrou no meu interior, passou a velocidade luminosa – foi demasiado rápida para que se pudesse evitar. Lá dentro, rodou. Tortura-me por dentro insignificante objecto, dilacera-me mais, não quero sentir este abafamento. Prefiro-te.
Amputado estou. Mas quem és tu? Quem foste tu? Tenho medo, eu já não sei.
As minhas pernas não me mantêm firme. Fraquejam. Eu caio, não me seguro, e rebolo pelo monte. Está escuro, tenho medo. Os ramos secos das árvores velhas espetam-se em mim, sinto-me cortado simultaneamente nas mesmas chagas. Espalham ácido em mim, dizem-me que é água. Nem forças tenho para levantar a mão e fazê-la percorrer o meu corpo. Essa estranha água entra em contacto com todos os meus poros. Que sensação estranha e divertida. Sinto-me a derreter, mas gosto.
Que aflição a minha, mais uma vez tenho medo. Não me bateste à porta, não me avisaste. Quero fugir, não consigo. Tens contigo um quebrador de joelhos. Não resulta, pois essa dor não sinto. O que me dói: Eu. Que desânimo.
Poderias usar o ácido, entorná-lo na minha boca, para que eu o engolisse, e mesmo assim não seria dor tão forte.
Cose-me a boca, os olhos, o nariz. Todos os orifícios, e eu sentirei dor: a mesma, aquela dor de angústia, sofrimento. Sensação que me faz apetecer arrancar um dedo, uma mão, um braço. Que me faz querer esmagar-me lentamente, arrancar um olho com os meus próprios dedos.
Não há chicote que me faça mudar de vontades, isso só me impulsionaria nas minhas vontades. Afinal, tentei, não consegui. Aumenta a dor, não fui capaz. Não acabei com uma dor interna, sabia que não era capaz. Mas tentei, fracassei, piorei.
Torturo-me ainda, sem parar. Afinal Dor, tu de cá não sais, a não ser que deste jogo eu saia. O tempo pode não ser muito, as vidas já foram quase esgotadas. Não sei o que me espera. Talvez esta noite seja diferente, talvez amanhã seja tudo diferente. Ou talvez o meu cérebro queira provar chumbo, e goste.
Pum, já está.
18 julho, 2011
Ciclo Circular. Ponto e Volta.
É tudo igual. Estás a dormir. Acordas. Abres os olhos. Levantas-te. (A cama é óptima, apetece-te voltar para lá. Se voltas, adormeces, voltas a acordar, a abrir os olhos e a levantares-te. Por fim, voltas a olhar para a cama, para não falar da vontade de para lá voltar, e voltar a repetir tudo. Se não, continuas com o que está definido nos teus lembretes do telemóvel).
Abre a janela, arranca as cortinas, ou sobe as persianas. Ou as duas coisas. Que vontade de te libertares, de ires saltar para o exterior. Não o de fora, mas o de dentro. Aquele que fixaste sobre a tua pessoa.
Vês que está sol. Abre os olhos, tanta alegria que tens! Ou que deverias ter. Por que não ir para a beira das borboletas, das árvores? Correr, berrar. Viver.
Não podes, mas porquê? Tu sabes, ou talvez não.
Vai lá fazer o que sempre fazes, todos os dias. És um óptimo robot, parabéns. Consegues fazer o que... toda a gente consegue. Após tantos anos é quase impossível errares algo. Foste assim concebido. Afinal, dizem que pensas. Ai sim? Espera, deixa-me ganhar vontade de me rir, atirar-me para o chão às gargalhadas. Não sabes o que isso é? Pois não, não estás concebido para isso, o teu dicionário não reconhece liberdade.
Acabam-se as tuas horas diárias de obediência, voltas ao teu ponto inicial. As tuas pilhas estão a descarregar. Ainda queres que te ponham a carregar? Espera, está quase na hora. Vem já alguém tratar disso por ti, alguém que tenha essa tarefa gravada de forma entranhada.
Chegou, e vais carregar.
Agora é ao contrário. Olhas para a cama, deitas-te e fechas os olhos. Adormeces.
E enquanto estás a carregar, também te desligam? Ou ainda continuas em stand-by? Sonhas com o que queres fazer (se te deixassem, ou tu a ti mesmo)? Achas que, pelo menos, se sonhares (caso possas), te vão chicotear, ameaçar, ou torturar? Afinal, para que serve seres um ser humano, se não ages como tal?
Bolas, e se lesses isto? Pois, nem isso deves poder fazer? (A procurar na tua lista de tarefas disponíveis a executar). Pois, não podes mesmo fazê-lo. Azar. Para ti.
E lá vou eu, correr, berrar, sorrir vivamente, VIVER. Afinal eu não vivo através da electricidade nem de um controlo remoto. Um anos, três anos. Dez anos. Muitos anos. Os anos todos.
Continuas a mesma versão, não actualizas, vais à falência, pum, é o fim. Eu não.
11 julho, 2011
A Vida pode mudar, a Alma também
Dia após dia. Semana após semana. Ano após ano. Estou de volta. Mas, será que tudo continua igual? Sim, se quisermos. Sim, se assim tiver de continuar. Sim, se nada de evolutivo acontecer. Então, não. Não, porque algo acaba por acontecer. Não, porque a vida está em contínua mudança e renovação. Não, porque eu quero. Não, porque aconteceu.
Se eu achava que iria continuar a vaguear por ali e acolá (ai Jesus Cristo, serão os mesmo sítios? Talvez, mas por sorte falo do que já passou, e não do que se passa. Bem, sinto-me bem, não há associação ao presente. Respiro de alívio, e porque estou vivo), passei a andar por aqui, ali, acolá e em outros sítios. Mudei, desenvolvi-me em vários aspectos. As pessoas? Estão presentes. Algumas ajudaram-me a ver a Vida de uma perspectiva diferente. Se estou dentro de casa, não me foco apenas por dentro. Vou ao exterior. De um porta, de uma janela. No telhado ou no terraço. Se não percorro um trajecto, haverá outro.
Para quê estar mal quando se pode estar bem? Para quê desistir se podemos levantar uma perna e depois a outra (e chutar uma pedra)? Para quê? É fácil. Mas para quê? Para dificultar, afinal. Para quê? Pois, não vale a pena falar. E se eu poderia relatar a mesma pergunta em tom de uma estrutura uniforme, poderia, mas não quero. Mudar, eis o que se deve fazer. ("Pergunta de novo"): Por qualquer motivo. Do mais básico ao mais complexo, estranho ou arrepiante. Apelativo, difícil, ou incompreensível.
A Vida ensina. Não há habilitações académicas nesta escola, nem nunca haverá. A Alma, termo reconhecido não por todas as pessoas, pode ser o registo ou percurso escolar desta instituição, para aqueles que aceitam.
Se num estado se está mal, vai-se procurar forma de se estar bem. Se há soluções? Lamento, para quem procura um caminho fácil. Cábulas? Ainda pior.
Se com tudo isto eu queria transmitir algo, é de que nos devemos focar apenas no presente e futuro (olha, o momento em que eu disse "presente" passou para o passado. O tempo vai avançando de forma tão rápida. Mas porque? Por que é que não podemos simplesmente parar no tempo, vivenciar eternamente o que preferimos? Se alguém soubesse, já todos o fariam. E se todas as pessoas sabem o que disse antes? Talvez, mas não parece, pela maioria. O passado, o que disse, afinal faz parte, há passado que deve permanecer, mas não como principal. Fica como base, e estamos prontos para o jogo).
(Respirei, pensei, respirei. "Será que estou a relatar algo que não desperta interesse, sem ser para mim? Será que devo apagar alguma coisa? Bem, se algo aqui não devesse estar, azar, porque nada vou alterar.")
No fim de tudo isto, devo agradecer a tudo e todos. Tudo o que me fez chegar até aqui, a este estado. Estou mesmo bem. Foram depressões, quedas, desilusões. Mas também foram actos bem sucedidos, sorrisos, experiências, vidas. Todos que por mim passaram. Se continuam, melhor. Se não, lamento (talvez). Penso todos os dias, mas penso a dobrar em certas alturas. Alturas apropriadas, que se tornam propícias a isso mesmo. Faz parte da Vida, da Vida a mudar.
Se por tudo o que passei, com quem passei, eu poderia mudar algo, não. Por que a mudança nem sempre é planeada, e isso poderia causar resultados diferentes no nosso presente. Se eu queria mudar o meu presente? Não! A Vida trabalha para mim de graça, ela fa-lo-á por mim. Vida, se precisares de ajuda, chama-me, pode ser que vás a tempo.
Aqui fico eu, autor deste texto, cujo nome já sabem. Confirmo o título, e todos os caracteres aqui mencionados. Foram proferidos por improviso, por uma espécie de inspiração. Estranho, talvez, mas sim. O presente, baseado no passado, mas que só se concentra no futuro, é assim.
Afinal não é só no Ano Novo que a Vida muda. Pois, afinal. Eu poderia mencionar algumas causas, mas há coisas demasiado óbvias e que por vezes se tornam mais interessantes quando associadas em segredo.
Afinal não é só no Ano Novo que a Vida muda. Pois, afinal. Eu poderia mencionar algumas causas, mas há coisas demasiado óbvias e que por vezes se tornam mais interessantes quando associadas em segredo.
Talvez seja melhor ficar, desta vez, por aqui. Num momento menos bom, devemo-nos sempre basear na amiga da Vida: A Esperança. É de lamentar que nem sempre esteja presente, mas a Mudança também não. Paciência. Então, vem o Amor. Esse sim, também muda. E muito! Atacou-me. Defendi-me, enganou-me, matou-me. Ressuscitei ao terceiro mês (ao terceiro dia foi o vizinho, que sorte que ele teve, ou não). Mudei!
Voltou para mim, desta vez não me enganou, não me matou. Desta vez, não encarnou Judas, mas sim o próprio Jesus (ou outro nome). Rezemos todos, a salvação aguarda-nos (já se alugam os lugares disponíveis. Eu estou pronto para lugar o meu, já percorro o caminho certo). Vida!
E assim, me despeço.
Com amor, Eu mesmo.
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