08 janeiro, 2012

V - O Tempo

E a hora chegou!
Por baixo o destino marcou;
Numa linha de perfeição
Que me causa sufocação.
Batidas na cava veia,
Num sistema despercebido,
"O que é que você anseia?"
Nem sequer foi respondido.

Mas novo tempo, o Próprio deu.
E olhando a nuca, que aconteceu?
"Para teu ser basta olhar
Se o passado vais visitar."
Sem eu saber se creditar
Ou então se rebentar!

Foi opção o meio-verso
E só no fim atrás olhei
Mas sobre mim estou submerso
Sem respirar não viverei.
Tempo esse que causa dor
Que em sua vez sabe o que fez,
Onde está o Salvador?
Que não seja falso Marquês.

Tal hora está chegando
É requisito definir:
Se contra mim estou lutando
Ou A aceito sem sumir.
E mesmo sem ter fim,
Sem tudo debitar,
Quero voltar a mim,
Sem assim me atrasar.

07 janeiro, 2012

IV - Sol(ita)

Escassa-me o início
Para profunda solidão;
E não é fictício
O que procura o coração.
Por forma de santo, voaste;
Por mim, tuas asas juraste.
Mas onde elas estão?
Diz-me se nascerão!
E não me sabendo responder
Para trás, então, olhaste;
Se não sabes o que é sofrer,
Olha para mim, que fizeste?
Sem resposta obter, continuei
Sem nada me parar, te amei
Se nesta guerra de amargura
Nem tiraste a armadura.
Agora sabes o que rezar
Com teus olhos de escura cor?
Só não te tentes profanar,
Dessa forma sinto horror.
E apesar de ser "enfim"
Juras ter essa vontade;
Quando olhas para mim,
Porque dizes que é saudade?
Mata esse desculpar
Só me sinto aldrabado;
Quer me faça massacrar
Eu não posso terminar;
Não quero nenhum julgado
Não existe nenhum cruzado.

05 janeiro, 2012

III - Christmas Dream


Recinto alargado
Mórbidos sujeitos,
Ambiente alterado
Diferentes conceitos.
Penetrando pelo nada
Com norte para sul,
E uma abelha fulminada:
O céu já não é azul.
Não foi isto que aprendi
Relato apenas o que vi.

Nesta minha solução
A caneta é oração;
Possui renas e Assim,
Ditou, pois, o Querubim.
Branca armada mudou a cor
Negro era o seu calor.

Berra o galo por seu amor,
Tantas pessoas, só furor,
E tudo mostra esplendor...
Nesta dita exaustiva
Parte a parte é sugestiva
E caso queira enlouquecer
Vou ter de a obter.

04 janeiro, 2012

II - Impaciência


Fortes batidas
Demasiado sentidas
Vindas do engenho
Após o desenho.
Quer-nos controlar,
Ou antes, torturar;
Alcançada foi a missão
Mesmo contra a minha ilusão:
Quero avançar, rebelar
Não desesperar ou rebentar.
TIC
Talvez o último seja
"Ícaro" nem pestaneja
Contra o que ele deseja
TAC
Tentativa; acção; tentativa:
A quantidade massiva,
Conta final e decisiva.

Neste mar continuado
Onde o peixe é espetado
E o oceano rodado,
Por mim não é controlado.

Finalmente parou
Sua ordem soluçou:
Da praia me quer expulsar
O outro está a esperar.

03 janeiro, 2012

I

Vagueando assim
O que será de mim?
Vendo sempre sinais
Sem sentir os vitais.
As minhas garras e dentadas
No próprio ficam representadas;
Seus barros sanguíneos, estalam!
E tais tecidos epidermais, abram!

Vontade bastante ofegante
Embora nada cessante.
Um ajudante sem sorte,
Um representate vazio;
Tutelar do seu pousio
Recebe, assim, a sua Morte.

Imaginável operação
Não é mera opção;
Mas chamei-lhe gentil senhora
Tornando-se assim sedutora!
Para tão feroz proposta
Não há vadio glícido;
Se fosse menos exposta
Não seria aqui implícito.